Na tribuna, Rubens condena possível imposição do “passaporte da vacina”: “É um crime”


O vereador Rubens Nascimento (DEM) se pronunciou, durante discurso na tribuna da Câmara Municipal nesta quarta-feira, 29, duramente contra o objetivo já declarado pelo Governo do Estado, em acordo com a Assembleia Legislativa da Paraíba, de instituir o chamado “passaporte da vacina” para impor restrições e sanções aos cidadãos que decidirem não se vacinar.

Rubens ressaltou que é defensor da vacinação, já tendo, inclusive, tomado a primeira dose e aguardando a segunda, mas lembrou que a medida que o governo João Azevêdo pretende adotar é autoritária, desproporcional, inconstitucional e desumana, sobretudo sendo imposta sem qualquer tipo de debate com a sociedade.

Segundo o vereador, apesar de acreditar no protocolo e nas recomendações dos especialistas, é preciso compreender que há pessoas com receios a respeito dos efeitos da vacina, sendo inadmissível que esses cidadãos acabem sendo vitimados por gestos de profundo autoritarismo do Estado.

“Isso fere princípios constitucionais da liberdade de cada um. É preciso ouvir a população, dialogar e tentar convencer as pessoas que ainda estão reticentes à vacinação, ao invés de forçar. Vejo que a vacinação está produzindo uma queda expressiva nas internações e eu, pessoalmente, estou usando esse ponto para tentar convencer as pessoas a que se vacinem”, frisou o vereador.

“UM CRIME”

Dentre as medidas de sanção que constam do projeto em apreciação na Assembleia Legislativa, as pessoas poderão ser proibidas de frequentar ambientes públicos, se inscrever em concursos, realizar matrícula na rede pública e receber benefícios sociais e até mesmo ficarão sem receber salários do serviço público se optarem por não se vacinar.

“Um absurdo terrível, de um autoritarismo insano, um crime. É matar a educação, é proibir as pessoas de terem acesso ao seu sustento. Governador, trabalhe pelo convencimento às pessoas, jamais inviabilizar suas vidas. Isso será um crime e o senhor não pode afrontar desse jeito a Constituição. Vacina, sim; controle social, não”, concluiu o vereador.